
A Brisa assumiu os custos da colocação da ponte militar entre a
autoestrada A14 e a EN 111, em acordo com a autarquia da Figueira da
Foz, mas não revela os montantes da operação.
Em declarações aos jornalistas, à margem de visita às obras em curso
de requalificação da passagem hidráulica que colapsou a 02 de abril e
que levou ao corte da autoestrada na zona de Maiorca, Figueira da Foz,
Franco Caruso, diretor de comunicação da Brisa, assumiu que a
concessionária paga a ponte militar, mas o acordo com a autarquia “está
entre as partes”, não revelando os seus termos.
“É um acordo privado”, adiantou.
Na altura da derrocada, há precisamente um mês, o presidente da
Câmara da Figueira da Foz estimou os custos da ponte militar em cerca de
40 mil euros e disse que o município iria imputar esse montante à
Brisa.
Hoje, em declarações à Lusa, fonte da autarquia esclareceu que a
Câmara Municipal paga os custos das refeições dos 25 militares
envolvidos nas operações, estimados em cerca de sete a oito mil euros e
que o restante – a instalação, há duas semanas, da ponte militar, os
trabalhos necessários à montagem e manutenção da infraestrutura, os
equipamentos envolvidos e a desmontagem quando a A14 reabrir – foi
assumido pela Brisa.
A mesma fonte escusou-se, no entanto, a adiantar valores e os termos
do acordo com a concessionária da autoestrada que liga a Figueira da Foz
a Coimbra.
Já sobre eventuais indemnizações que possam vir a ser reclamadas por
prejuízos diretos e indiretos dos utilizadores da A14, Franco Caruso
argumentou que “será difícil” a responsabilidade ser atribuída à Brisa.
“Será difícil, neste caso, haver uma responsabilidade diretamente
atribuível à concessionária, porque teria de haver um nexo entre esses
danos emergentes e a interrupção da autoestrada. A questão é uma questão
jurídica e será respondida se e quando se colocar realmente”, frisou.
O responsável da Brisa disse ainda que na origem do aluimento da
autoestrada A14 por colapso de duas passagens hidráulicas no rio Foja e
também da degradação de outras passagens idênticas a dois quilómetros
daquele local, na Vala Real, está “a combinação entre a solução
construtiva que foi usada em 1992 pela Junta Autónoma das Estradas [no
troço do antigo IP3, hoje A14] e os ciclos das marés e dos níveis de
águas e caudais nesta rede” hidroagrícola.
As intervenções na A14 estão a realizar-se na zona do aluimento, mas
também na zona da Vala Real – onde o piso não abateu – junto à ponte
militar que, entretanto, foi instalada para permitir o trânsito.
Outra situação, um caminho agrícola localizado entre as passagens
hidráulicas do rio Foja e da Vala Real, com uma solução técnica em
túnel, por debaixo da A14, utilizando o mesmo material metálico das
tubagens que colapsaram, está identificada pela Brisa para ser
intervencionada, adiantou Franco Caruso.
“Não representa risco e não tem a urgência que estas duas têm.
Naturalmente faremos também a intervenção com a maior brevidade
possível”, garantiu.
Fonte:economico
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